Mademoiselle K.

Para Jackie K.

Que seja quente o fel do teu escarro

E cubra o gosto podre do teu beijo

E cada passo seja o meu rastejo;

Que seja a lama: sangue, pus e barro.

E queime a carne a brasa do cigarro

O corpo serve a culpa do desejo

E o gozo cede à força do despejo

Doendo dos ardores mais bizarros.

Vem beijar a boca suja e lacerada

E tatuar na pele a mancha escura

Sem medo e sem temor ser torturada

Vem ser o mal que já não tem mais cura

A carne nua, vil e profanada;

Gozando plena mesmo numa curra!