Qualquer e mais qualquer

Tenho andando com dedos calejados,

de tanto apreciar os bordões graves do meu novo Giannini, soados a te alcançar.

Desconto tal fúria,

tal amor,

tal sei lá o que, que me vira a cabeça, seduz,

me faz tomar uns porres de rimas e de choros cessantes e amargos.

Talvez meu sentimentalismo seja clichê,

e quem sabe tal poesia seja pacata.

O tempo me disse que não existem caminhos para verdades utópicas, não ser,

Aceitá-las.

Tu és!

É amor,

o que mais posso dizer?

Não ser clamar-te toda noite num refrão, no qual na minha estante de partitura desenhei uma clave escrito “intenso”, no começo do meu “tentar entender a ti”, até o final da fermata do meu “quando irei te esquecer”, e que tais dedos calejam mais e mais, envelhecem com o passar dos anos e daqui quem sabe a quanto tempo, não mais conseguirá soar sequer uma nota para ti, apenas.

Tenho andando exaurida de escrever repentinos poemas e prosas sem rimas com um mesmo final.

Meus dedos também andam cansados de tanto imaginar que estás defronte a mim, e a mirar meus olhos quando num profundo agudo te canto e toco suavemente.

Tenho me encontrado entre encontros e desencontros,

por entre outros sei lá o que,

na tentativa de encontrar teu abraço em outros braços,

no começo do labirinto em que me encontro sem qualquer

saída que não me traga de volta qualquer que seja vestígio teu.

Daqui um tempo, não terei mais essa voz,

não terei mais esse rosto sem rugas,

e bochechas rosadas.

Não terei mais essa juventude,

mas ainda serei sempre a mesma por dentro, jamais perderei a sensibilidade do grande amor que me encontrei amando,

e jamais perderei a memória,

onde estarás guardado como num filme qualquer por aí.

Esqueci de tentar de ser poeta,

E é por isso que minhas palavras me descrevem perdida em meio a ti.

Se não tivesse intensidade, não seria verdadeiro,

apenas já havia ido embora do coração, como um qualquer papel rasgado ou copo amassado.

Porém me deixa vestígios inapagáveis e lembranças impregnadas,

Onde nas mais divertidas madrugadas,

em qualquer breve instante,

pequenos detalhes recordam-me uma lembrança qualquer tua,

arrancando-me uma lágrima de saudade.

Marinara Sena

23:25

11/11/2012

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 12/11/2012
Reeditado em 12/11/2012
Código do texto: T3981258
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