O boneco de cera

Ele a queria tanto como ao ar

Mas ela não nutria amor por ele

Quantas vezes mais ele iria chorar?

O desprezo fez morada dentro dele...

Fez o pôde, escreveu mil versos

Mandou-lhe rosas, girassóis, bombons

Inverteu a ordem inversa do universo

E deu pra ela quadros de mil tons.

Nada do que ele fazia a agradava

Seu coração era frio como o gelo

Ela não ouvia o que ele cantava

Ignorava-o enquanto alisava o cabelo.

Tendo tentado tudo foi-se a paciência

E lembrando de tudo o que ela lhe fazia

Ignorou as descobertas da ciência

E resolveu então apelar para a magia.

E já cansado de sofrer tempo inteiro

Resolveu vingar-se por todo pranto

E numa noite escura foi a um terreiro

Pedir auxílio a um famoso pai de santo.

Ali estava ele em busca de vingança

Ele sabia como ninguém o que era dor

Estava ali porque já não tinha esperança

Ela jamais aceitaria o seu amor.

O local todo exalava um forte odor

E na sua cabeça um único ideal

Se ela cuspiu e defecou no seu amor

Que ela aguente a consequência desse mal.

Ele entregou ao homem um fio do cabelo dela

Um fio que em sua casa ela esquecera

E fazendo um prece com o nome dela

Entregou-lhe ao fim um boneco de cera.

Em suas mãos aquele objeto poderoso

Chegou a hora pela qual tanto esperava

Encheu de agulhas o boneco e riu malicioso...

Cheia de dores, banhada em sangue a moça gritava...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 12/11/2012
Código do texto: T3981811
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