No meu altar

Não comungo todo o convencional. Sobre isto, tudo já foi dito e continua sendo repetido, necessariamente. A excentricidade atrai pelo comportamento não-usual; e isto é necessário a poucos que ousam e não se prendem a dogmas, conceitos e metodologias de bem viver... Por isso, busco soluções não convencionais na sobrevivência, claro: sem constranger regras e conceitos de quem busca um porto-seguro. (kal Angelus)

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Não rejeito a “ecclesia cathedralis”

Mas só comungo a hóstia redentora

Na penitência dos meus quintais;

Ao homem, percursos acidentais!

A minha cruz dos condenados

Nunca ofertarei a ninguém,

Não crucifico os crucificados;

Ao destino, ventos dobrados!

Sou do baixo-clero e do hilário;

Nunca quis anáguas de seda

Nem guardo toga no armário;

Às conquistas, o lado contrário!

Sou indecente aos seus olhos

Porque sou palavra nua saltitante

Sob a chuva e sem agasalhos;

Às decepções, outros assoalhos!

Sou carne sobre barro, serei pó!

Sou porta que teima fechar tarde

Para desatar o meu último nó;

Ao recomeço, nova vida sem dó!

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Se tu tens pecados a pagar

E temes um Deus raivoso,

Não reze no meu altar;

Aqui, teu Deus nunca estará...!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 15/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
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