NÃO TE DOAS DO MEU SILÊNCIO

Não te doas do meu silêncio,

da minha dor.

A vida é.

Não podemos cobrar muito: só lutar.

Não quero choro nem tapas nas costas.

A possibilidade de viver me anima.

Sei que muitas são as batalhas.

Meu corpo sabe que as feridas compõem o mapa do sofrimento, mas quero.

Preciso, no entanto, de escudo, de lança de elmo.

Minha palavra.

O ato de tocar a palavra, ação diária.

É néctar.

Sem ela sim poderias me consolar.

Sem essa bondade divina: esquizofrenia.

As flechas vem de todos os pontos e querem me atingir.

Só não podem atingir no meu calcanhar.

No resto do corpo inteiro podem atingir bater machucar....

Podem sim, digo.

Estou pronto a isso: livro da vida.

A consciência já se despertou em mim para o mal querer.

Muitos afirmam: te escondes nela.

Digo:que seja.

Sou diminuto...Pequenininho ante o mundo-homem.

Sou mendigo. Tenho necessidades da palavra.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 17/11/2012
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