A Dama da noite

As cortinas em cárcere,

Dormiam amordaçadas no silêncio do frio do ambiente.

O som que versava,

Regia mavioso as horasao lado do copo de vinho,

Réu confesso,para que aquela boca embriagasse o juízo,

Do corpoe deitasse no colo de um estranho homem.

Ali, disposta na cama,

Com o olhar de vendedor,

Chamava-me incomensuradamente,

Para possuir o que acabara de comprar.

Tirando as frágeis alças do vestido decotado,

Reticente ao pecado, libertava em sorrisos as presilhasdo sutiã...

Amostra deixava vir ao mundo os seus belos seios.

Inventiva, sob aquela calcinha lilás, descia gradualmente,

Subia iminente,

Regida pela dancinha que me propusera.

Sob o meu olhar fixo,interrogava,

Falava e quase encabulada me chamava outra vez a render alocação de suas curvas perfeitas.

Seus cabelos longe do original valsavam entrea meia luz do quarto

E a oscilação do vento,que vinha do condicionador.

Como se a pensar nos conflitos sociais;

Como se a pensarnos por quês de estar lá;

Na hipocrisia moral;

Me vencia pelo cio individual...

Aquela menina,

Tão criança e tão fina,

Que poderia ser sua como filha minha;

Confusa com a minha atitude,

Inventando outra vezum riso,

Para não perder o trocado.

Me olhou nos olhos,

Desabotooua minha veste,

Tocou a alma vazia e me chamou de amor.

Um amor vulgar,

Que não soa vida,

Que não vai a nenhum lugar.

Vem que você vai gostar, dizia aquela cinderela.

Não tenha medo,

Tire a sua roupa de vez e venha se deitar.

Depois você vai dizer se valeu ou não a pena.

Mas venha, toque a minha pele,

Abuse do seu direito,

Deixe suas aflições de lado,

Mergulhe em mimcomo um lago,

Eu vou te fazer o homem mais feliz da noite.

Por favor, só não me peça para beijar.

É regra da casa;

É regra de nós;

É a regra dessa dura vida.