A CASA DE MINHA AVÓ


a casa de minha avó
não tinha cheiro de bolo,
crochês em cima de móveis,
nem balanços de cadeira...

vazia de delicadezas,
impregnada de rudezas ancestrais.

aninhava a minha infância,
alimentava cumplicidades
com bolinhos de feijão e farinha
amassados com as mãos.
prato pousado no colo,
sentada na porta da cozinha,
repartia o alimento.

em comunhão de silêncios,
cosia as pontas do tempo.


Rosane Coelho
Enviado por Rosane Coelho em 20/11/2012
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