Et Mortis (Canto da Morte)

Et Mortis (Canto da Morte)

Ilumine o chão que está vazio,

As correntes predem paços, pés, arrepios.

Escuta-se o silêncio na voz de um trovão,

Que ecoa ensurdecido, retraído neste vão.

Pois, se assim vier a adormecer,

Os seus olhos não contemplarão,

Que alguém está velando por você.

Ainda resta-lhe um silêncio aflito,

Sensação que abusa seus sentidos.

Nesta hora atina que está perdido.

Orações perdem a força de voar,

Um suor que escorre frio parece devorar.

São batidas que retraem o coração,

Quando seu pulsar remete uma explosão.

Porventura um olhar revela a dor?

Possuindo sua alma com rancor.

Fazei mais uma noite lhe trazer horror.

Tens o alívio quando vier se entregar,

Pois a morte lhe conduz ao descansar,

Nesta hora o mundo afora se faz silêncio.

São segundos que parecem tão eternos,

Eu te abraço forte com meu jeito terno.

Bem agora, minhas mãos apagam a memória...

É assim por tantos anos, reescrevendo a história.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 22/11/2012
Código do texto: T4000022
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