Soneto (outra vez sem título...)

A noite é um quarto escuro e habitado

por olhos semiabertos, delirantes.

Seus pátios são imensos, estonteantes,

e deságuam num campo semeado,

cheio de deuses rindo, como antes

riam-se os sábios de um templo sagrado,

e onde poetas loucos dão rompantes

de luz e caos num verso extasiado.

Meu Deus, eu já vivi mil outras vidas,

cheias de cores e de aromas mil,

em edens cujas almas eram erguidas

acima da existência mais servil,

e quanto mais vivo, em ânsias ardidas,

mais vejo a estrada além que a mim se abriu...

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 23/11/2012
Código do texto: T4000891
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