UM DE LADO; OUTRO DE OUTRO

Um do lado

Um do outro

É assim que hoje caminhamos

Estradas paralelas

Sem um ponto sequer de ligação

Vidas que ocupam o mesmo espaço,

Mas divididos por escolhas

Um de um lado sonha dorme

O outro pensa e se consome

Corpos opostos

Dúvidas mapeiam o caminho que estão

Certezas fugazes criam angústias

Buscas oníricas de um lado

Urros do outro

Um de lado

Um do outro não se olham,

Procuram, apenas

Pois o desejo é medo

Receio, fraqueza.

Ao lado e distantes

Toques medrosos constroem realidades

Amenas, disfarçadas

Não há mais um sobre o outro

Um no outro

Um, apenas

Há o vazio. O querer não poder.

Os corpos não se entendem

Pensemos nas lamas, agora, poeta

Pois um do lado

Um do outro

Não há entendimento

Não há unicidade

Dois não é um, são dois mesmo

Uniformidade só da noite

Que os abraça, mesmo estando

Um do lado e

Um do outro

Mas há vida, estranho isso.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 24/11/2012
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