VAMOS DAR-LHE AS MÃOS

Ele é o grito sufocado

já de garganta rouca,

braços cansados dos acenos

perdidos, a qualquer momento.

É a caça quase abatida

nas garras doídas,

dentes afiados nas babas

ferinas, a ferirem seu grito.

Ele é a fera estranha

que morde estrangulando

seus membros que teimam,

na terra arrastando-se.

É o bicho horrendo

nas desgraças caído,

que levanta, arrasta-se,

endireita-se e caminha

altivo, firme, destemido e

nas curvas, derrapa-se,

rola nas pedras despenhadas

até o ruído surdo no fundo.