Amazônia, pulmão do mundo!

Cai por terra o sonho da vida que germinava encantos

nos cantos que em vida cantava pela voz da terra que me embalava.

Sonhos que traziam paz em berços de esperanças,

brotando em raízes que na terra fértil descansava.

Hoje a terra é lembrança em almas que choram

a morte que se faz presente no solo que nutriu a existência

em seres que vidas outrora carregavam.

Choro pois também, oh mãe de imensurável beleza,

fonte inesgotável de bênçãos, vida de minha vida,

choro em coro com o amor que de ti nascia,

grito meu canto de dor ao ver tua morte sendo semeada

pelas mãos de meus irmãos, hoje sombra e escuridão.

Choro, oh mãe, a tua sina,

que em ecos ressoa em minha vida;

Choro por meus irmãos

que sob teu manto mantinham-se

abrigados em harmonia e união...

Hoje mãe, teus rios são lágrimas que marcam tua face;

os homens, teus filhos, a violam impiedosamente,

desnudam teu corpo que antes carregava o manto verde da esperança;

escarnecem teu ventre, esterilizam a vida;

as aves em gorjeios de dor e medo,

entoam a melodia do sepultamento nessa despedida que da tua morte nasce.

Agora, tuas vestes são lançadas à sorte

pelas mãos impuras que a violaram até a morte...

E no sepulcro onde a vida para sempre descansa,

lê-se em sons profundos:

"Amazônia, pulmão do mundo!"

Descansa em paz oh mãe, teus filhos velam por ti...

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Aisha
Enviado por Aisha em 03/08/2005
Código do texto: T40068