O poema aflora
O poema em fim
olhos de mim
aflições tantas dantescas e ancestrais.
O poema aqui desfigurado
figurado em canto e pranto.
O poema Fênix alçando voo
ressurgindo das cinzas: antepassado
estou condenado a mercê das palavras
rouco de visão turva
as vezes lapsos de claridade
amargo mais verdadeiro
o poema inteiro hábil companheiro.
Oceano de sensações fundas
da brisa da chuva
à pureza de Isabel
da beleza de Afrodite
Aos amores milenares.
Tragos em mim emoções vou deixando rastros
a leveza e a solidão
O suspiro e a morte
nos campos de concentração.
A natureza humana esfolada
de longe vejo um punhal na mão
mitos e história
seria o apartheid um tipo de diversão?
Gritos de Hiroshima
bombas e explosão
espíritos vazios sem nenhuma afeição
mãos perturbadas
pura miséria humana – insana.
Vejo o sol no horizonte
imagino pontes
poesia à todo instante
papel molhado
suado, lágrimas jorrando.
palavras sendo cortejadas
fazendo a ponte
criando um mar de infinitas aflições e emoções.