Estrada Real

Estrada Real

10/11/2012

Caminhos que levam nossas montanhas ao mar,

rasgando teus solos por negros braços a transpirar,

sangrando nossas riquezas para aos de Portugal levar.

Teus quatro caminhos como os rios nos vales a serpentear.

Tua cabeça fica nas terras do povo do peixe vivo a cantar,

terras de diamantes do qual herdou, teu filho, o brilhar.

pelos morros, chegas ao milho que nunca vem madurar.

Desces pelo Serro onde do teu queijo eternamente quero provar.

Passas pela Conceição que no mato adentro veio se embrenhar.

E por outras vilas e cidades, chegas a Cocais para si bifurcar.

Uma de tuas pernas passa por Sabará aonde vieram me gerar,

e lá sempre vou para com a água do Kaquende me refrescar.

A outra perna, em Ouro Preto, com esta volta a si encontrar,

deixando-nos, a riqueza ainda que tardia, do libertar.

Voltas pelas Lavras Novas, aonde vou para com Deus encontrar.

E em Tiradentes, donde veio o que fez no Ipiranga alguém gritar.

Atinges a um só tempo, Juiz de Fora e Caxambu para sua grandeza mostrar.

E como um rio de lágrimas, da face destas Minas Gerais, a rolar,

na cidade das Maravilhas e como a imensidão é PARATY, pisas para o oceano criar.

Geraldo Cerqueira