NIRVANA

A inquietude rasga a senda da noite e

Expulsa a alma para mais um banho etílico.

Irrecusável convite...

Sob a luz de uma lua cheia,

Transbordando,

uma taça o espera.

Na cantina de uma esquina,

A poesia e a filosofia lhes

Oferecem seu doce colo.

Companheiras pontuais...

Prostitutas perfeitas

De instantes mágicos

E de profundo mergulho

Pelas ásperas entranhas

De um destino desconexo.

As palavras embriagadas

Transpiram uma lucidez cortante.

O pensamento se refina exalando

Um êxtase absoluto.

A poesia acolhe a alma.

A Filosofia desafia o espirito

A solidão não teve espaço na mesa.

Saiu de fininho vindo encontrar

Acolhida alguns metros adiante.

A lua, em contínua e

Espêndida aparição,

Encanta-se.

Estática,

Apaixona-se.

O vinho tempera o encontro

Celebrando um prazer

Raramente imitável.

Eis que mais um

personagem achega-se:

A felicidade, trazendo consigo

A paz, em trajes brancos de

Uma serenidade ímpar.

Taças se erguem aos boêmios

Brindando a efemeridade daquele encontro

Naquela cantina

Naquele tempo

Pelo mesmo espelho...

MARCO ANTONIO BREGONCI
Enviado por MARCO ANTONIO BREGONCI em 29/11/2012
Reeditado em 30/11/2012
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