NIRVANA
A inquietude rasga a senda da noite e
Expulsa a alma para mais um banho etílico.
Irrecusável convite...
Sob a luz de uma lua cheia,
Transbordando,
uma taça o espera.
Na cantina de uma esquina,
A poesia e a filosofia lhes
Oferecem seu doce colo.
Companheiras pontuais...
Prostitutas perfeitas
De instantes mágicos
E de profundo mergulho
Pelas ásperas entranhas
De um destino desconexo.
As palavras embriagadas
Transpiram uma lucidez cortante.
O pensamento se refina exalando
Um êxtase absoluto.
A poesia acolhe a alma.
A Filosofia desafia o espirito
A solidão não teve espaço na mesa.
Saiu de fininho vindo encontrar
Acolhida alguns metros adiante.
A lua, em contínua e
Espêndida aparição,
Encanta-se.
Estática,
Apaixona-se.
O vinho tempera o encontro
Celebrando um prazer
Raramente imitável.
Eis que mais um
personagem achega-se:
A felicidade, trazendo consigo
A paz, em trajes brancos de
Uma serenidade ímpar.
Taças se erguem aos boêmios
Brindando a efemeridade daquele encontro
Naquela cantina
Naquele tempo
Pelo mesmo espelho...