CICLO DA VIDA 

Estou só, triste e só,
sentindo o cheiro do pó
onde a mente dá um nó
obstruindo as narinas,
fortes dores na retina
rolando lágrimas teimosas
não são belas e nem formosas
nem tampouco cristalinas.

Elas têm sabor de sal
queimando o céu e a garganta
não há nada que me encanta
nem o poema sai livre
barreiras que não me prive
da liberdade em magia
com sulcos de poesia
que da mente solta e vive.


Pois te brindo mesmo assim,
bendita lágrima salgada
vá sangrando a minha estrada
com seus mistérios sagrados,
mas não me deixe enjoado
sua vontade me escolta
lava minha consciência morta
pra versos iluminados.

Que tome conta de mim
num fogo vivo em brasão,
que o verso seja em oração
para o refresco da alma,
que a lágrima seja acalma
na sua missão sentida
tapando todas as feridas
num só golpe traiçoeiro
que cante o amor verdadeiro
ao novo ciclo da vida.