Do corpo que cai

O corpo em queda livre,

O medo

O asfalto lhe espera

O pavimento lhe abre os seus braços

O salto pro nada,

O medo

O mergulho no espaço

A gravidade o atrai

As asas que tenho me amparam

A poesia me ampara

O amor à vida me refugia

Quem dera fosse assim

Àquela pobre alma

Arrebatada do corpo

Voasse pra longe

Do vilipêndio da matéria

Afundasse na calma da água