ASSIM MORREU SASAKI

Na praia de uma ilha não tão longe do continente,

Na areia quente, sob o sol de um dia de verão,

Com a brisa batendo em seu corpo, Sasaki meditava,

Quando viu seu oponente que chegava, com apenas um remo na mão.

O duelo fora marcado por pessoas que não conhecia,

Mas isso não desmerecia a relevância do acontecimento.

Sempre soube o que o destino poderia lhe oferecer.

Matar ou morrer era a única lei de que tinha conhecimento.

O adversário era uma figura que vivia apenas no seu imaginário.

Um guerreiro solitário, herói aos olhos dos que o viram lutar.

Sua fama o precedia em qualquer lugar daquela terra distante

E nem mesmo sua vida errante poderia sua reputação apagar.

Musashi saltou do barco e cravou seus pés na areia macia.

O ar em volta tremia e as palmeiras tinham cheiro de morte.

Naquela arena natural onde dispensavam-se os rituais,

Aqueles dois samurais jogariam mais uma partida com a sorte.

Por um momento, Sasaki anteviu o final daquela luta...

Talvez pela força bruta que Musashi lhe lançava apenas com o olhar.

Pensou em desistir, continuar vivendo e admitir o valor do oponente,

Abraçando o desejo latente de, talvez um dia, seu aprendiz se tornar.

Mas o tempo jogou contra a vontade de Sasaki Kojiro

E com apenas um giro, Musashi desferiu o golpe fatal.

Sasaki pagava pela vida de soberba, erros do passado.

Um herói desde o início fadado a falhar na busca de ser imortal.

(inspirado na descrição de Eiji Yoshikawa sobre o duelo entre Miyamoto Musashi e Sasaki Kojiro na província de Bunzen, Japão, em 1612)