MORTE ADIADA...

Os meus papeis em branco

andam morrendo de tédio

e já não acho remédio

para a falta de juizo.

Então, escrevo nas mãos

o que o papel recusa,

mas os dedos atraem

o papel que é lixo...

Meu tédio morre em branco

e agoniza sem remédio

no teto do prédio

suspenso no ar.

Escrevo na lápide:

Inconformada, sonhei por quase nada

e não morrerei tão já,

porque jaz a primavera

no lado direito da cama

e já não se ama o desejo de acordar.

Então, volto os olhos

para o tédio do papel em branco

e em espanto deixo escrito na lápide:

Inconformada, finco os pés

e não morrerei tão já...

Aninha viola
Enviado por Aninha viola em 08/12/2012
Reeditado em 12/05/2013
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