A PEQUENA BAILARINA DE METAL - SOLO NUMERO 04 - PARA A POETISA MAILIL
A PEQUENA BAILARINA ESTÁ INCONFORMADA.
PENSA ATEAR FOGO A JANELA
CONSUMIR-SE! DERRETER-SE
EVAPORAR-SE.
FLOR GASOSA DE ALUIMINIO
A PEQUENA BAILARINA QUER SER GENTE.
QUER SER DE CARNE VIVA.
DANÇANDO COM UMA FLOR MURCHA NOS LÁBIOS.
DESEJAVA TER UMA ALMA.
A PEQUENA BAILARINA DE METAL
CHOROU A NOITE TODA, SUAS LAGRIMAS
DIFERENTES DAS NOSSAS, MOLHADAS....
GUARDADAS EM BRANCO E FRIO ALUMINIO
NO SEU PEITO PEQUENO, INVISIVEL
SEM DIREITO , AO FASCÍNIO, A SOBERBA ROSA
DE SENTIR OU VER O AMOR.
A PEQUENA BAILARINA DE METAL ESTAVA TRISTE.
A LUA ONTEM NÃO CONVERSARA COM ELA
A BRISA BEIJOU-A INUTILMENTE....
OS SEUS LÁBIOS DE METAL NÃO CORRESPONDERAM.
A BAILARINA CONTINUAVA QUERENDO SER VIVA
MAS ISTO É IMPOSSIVEL PELAS LEIS DA VIDA.
ONTEM , A BAILARINA QUERIA SONHAR.
MAS NÃO FOI POSSIVEL. NÃO PODERIA....
NUNCA SERÁ POSSIVEL ?
NADA A ACALMA.
NEM A FILOSOFIA. NEM AS RELIGIÕES.
NEM O LIVRO COM PÁGINAS ROMANTICAS E EROTICAS,
QUEIXA-SE DE UMA SOLIDÃO.....
NADA MAIS LHE DÁ CONTENTAMENTO.
SEUS OLHOS VIRARAM PURO FERRO.....
O ESPELHO DISTORCIDO MOSTRA-LHE OS ANOS INDO.
A TELEVISÃO ANUNCIAVA UM FILME.
UM CARRO QUE PASSAVA NA RUA TRAZIA MUSICA.
A MÚSICA DO GÁS E GÁS ERA O ELA QUE NUNCA TEVE.
DO ALTO . ELA OLHA O CHÃO.
COSTUROU HÁ POUCO, RETALHOS DA COLCHA.
MORDEU A BOCA E DEITOU-SE.
O SEU PARAISO ESTAVA VAZIO.
LEMBROU-SE DE TODOS OS SONHOS.
UM A UM , NENHUM DERA CERTO.
TENTOU RETER NA MENTE UMA QUIMERA.
UMA A UMA, TODAS SE DESFIZERAM.
NUNCA HOUVERAM.
VIU-SE ATEANDO FOGO AO BATOM.
VIU-SE NUA NO CHÃO, ESCONDENDO O ROSTO.
ENJOADA DE BEBER VINAGRE.
A PEQUENA BAILARINA VIU-SE VAZIA.
ANTE O BANQUETE DA VIDA QUE ELA NÃO COMPREENDIA.
SERÁ QUE A MERECIA? ASSIM ELA SE VIU...
VOANDO NUM SONHO INSANO......
VOANDO ENTRE OS BALÕES REDUZIDOS
DO SEU MUNDO DE FALAS E DE PERSONAGEM.
FINAVAM-SE AS FRAÇÕES DO SEU SER DE FATO.
ELA NADA ERA, MISTO DE BAILARINA.
COM FRAGILIDADE DE BONECA.
CHOROU AGARRADA A LICOREIRA.
O MANCEBO VIROU A ARVORE QUE NECESSITAVA.
CHOROU ELA, SEM QUE NADA PUDESSE ALGUÉM FAZER
A BRISA QUE PASSA E ELA NÃO SENTE
O MUNDO QUE COMEÇA E ACABA SEM ELA....
ESFREGA AS MÃOS PARA FAZER FOGO...
E PASSA FLANELA NA ALMA MAIS UMA VEZ....
QUANTAS VEZES A LUZ RIU....
A BAILARINA QUERIA TER VIDA
QUERIA SER GENTE...SER MULHER. SER ESTRELA.
OU AQUILO QUE ELA PENSAVA SER GENTE.
OU O QUE ELA PENSAVA SER MULHER...
A PEQUENA BAILARINA REVIU AS SUAS DORES.
QUEDOU-SE NO CHÃO DA COZINHA.
A LUZ QUE APAGA-SE SÓZINHA.
DESEJA-LJE DE FORMA MUDA, UMA BOA NOITE.
MAURICIO DE AZEVEDO
PEQUENA JANELA PARA UMA RAZAÕ POETICA.
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DEDIQUEI ESTE CONJUNTO DE POESIAS, (SEIS), " A PEQUENA BAILARINA DE METAL " , PARA A POETISA AMIGA MAILIL. UMA DAS POETISAS MAIS ORIGINAIS E CRIATIVAS DO RECANTO. FALTA APENAS O SOLO 06, QUE POSTAREI LOGO PARA COMPLETAR A HOMENAGEM . VISITEM A PÁGINA DESTA POETISA AMIGA E APRECIEM-NA , SINTAM A ORIGINALIDADE E A PROFUNDIDADE EM NOTAS MÁXIMAS. COM VERSOS ECONÒMICOS E AO MESMO TEMPO , RICOS, MAILIL MOSTRA TODO O SEU TALENTO E A CONQUISTA DE UMA POESIA CADA VEZ MAIS AUTORAL E PERSONALIZADA. PARABÉNS. FIQUEM COM DEUS. REVISADO DEVIDO A FALTA DE ÓCULOS .
MAURICIO