[Versando-me]

Sou comum: tenho talento para nada,

e se eu escrevo, é apenas para

versar as minhas circunstâncias...

Minha trajetória não sabe de esperas:

nada antes,

frágil incerteza durante,

e nada depois...

Para não tropeçar,

eu parei de contar estrelas,

os meus versos são terrestres —,

piso onde apenas olho,

ponho palavras só onde piso —

beiradeando o abismo,

embarco naquele trem expresso:

eu verso para o Nada!

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[Desterro, 11 de dezembro de 2012]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 11/12/2012
Reeditado em 11/12/2012
Código do texto: T4030411
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