AS RUINAS DE ATENAS
A indiferença do pó alivia a filosofia
cobrindo o mármore e seu orgulho.
Nem a dureza entende o desparecimento
dos braços erguidos para o firmamento.
Vegetação inculta, verde do desespero,
geometria de um deus que não fala,
orgânica face do acaso das moléculas.
Verdades são consequência químicas,
um mito criado pela parábola divina.
Expressa exponencialmente na abóbada
que sempre foi azul e se almeja eterna.
De certo, é para onde todos os olhos foram,
quando a tangente ideal se perdeu na incógnita.
Trigonometria para conter o pranto equilátero,
e uma dança fúnebre sobre os vasos de acanto.
Nem a superfície plana e polida responde,
muito menos artesanato de uma dobra molhada.
Impassíveis, são apenas as pedras que retornarm.
Antes rostos plácidos numa colina distante,
agora a excelência do fracasso da invenção.