Juízo de valor

E fez-se claro por tudo.

Sempre bastaria a ilusão,

mesmo que repentina,

sobreporia a realidade.

Nada era Sol nem nunca tinha sido,

tudo sempre havia mudado com os segundos...

Tudo era nada menos que a vida, quadro a quadro.

Mas quadro seco, sem moldura.

Nada que mudasse o curso da história,

nada a perder,

nada a temer,

apenas a certeza do que vem depois de restituída a glória.

E fez-se nítido entre os dedos,

a luz corou as pálpebras e

enxergava-se através delas,

num efeito cor-de-pele sólido.

Todo o esoterismo escreveu-se em resultados,

constelações moldaram-se,

dias e mais dias esquecidos nas trevas.

O novo era hoje e começava a ser novo à partir do sempre.

Abandonaram-se os mistérios diante das condições,

criou-se vida em Marte.

Na minha Marte, no meu vermelho.

Dificuldade era escolher que lado do sorriso mostrar primeiro.

E nada era tão grande quanto eu mesmo,

dentro de mim e meus passados e macro-certezas.

Nada aqui é apogeu, muito menos ápice.

Tudo é sempre um vale. Tudo vale o que pesa.

Fernando Cesar
Enviado por Fernando Cesar em 13/12/2012
Código do texto: T4034326
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