VERÃO NO MORRO DE SÃO PAULO

Quero parar o tempo

eternizando este verão

tão azul

a despertar o belo

adormecido em mim

Quero a juventude dourada

energizando a minha mente

tão carente

a inspirar amor

revigorado e forte

Quero a sonoridade de gemidos,

prazeres furtivos

tão ardentes

em cálidas madrugadas

de raios enluarados.

Quero o sal, o mormaço

o ritmo quente, as águas tépidas

e o cheiro de mar que atiça

pulsações de desejos

mal disfarçados

Quero a celebração do amor

sem preconceito

realçando o ébano no marfim

de corpos graciosos

que repousam sob a proteção

de fortalezas seculares

Quero, enfim, da Bahia,

o sincretismo, o exótico,

o mistério, a magia,

o doce querer

de não querer compromissos

com o ontem e o amanhã.