O VELHO
O Velho
encontro-o eu
nas ruas,
perambulando
nos becos e
nas vielas;
sua face mostra
que sua vida
já foi bela
e cheia de força:
Dve ter atraído
mil moças
e curtido
outras mil noites.
Mas agora vejo-o
vítima do açoite
do passar dos anos;
vejo o Velho
quase morto
todo insano
procurando a felicidade
que perdeu
(ou que nunca teve)
num banco de praça
num balcão de bar
na solidão do mar.
Vejo o Velho
vítima d’uma juventude
que ás vezes me confunde
- me ilude –
no destino que vai me dar.
E o Velho vai-se embora
com passos lentos
à procura da sorte
com passos lentos
à fuga da morte.
17 de Maio de 1993