O VELHO

O Velho

encontro-o eu

nas ruas,

perambulando

nos becos e

nas vielas;

sua face mostra

que sua vida

já foi bela

e cheia de força:

Dve ter atraído

mil moças

e curtido

outras mil noites.

Mas agora vejo-o

vítima do açoite

do passar dos anos;

vejo o Velho

quase morto

todo insano

procurando a felicidade

que perdeu

(ou que nunca teve)

num banco de praça

num balcão de bar

na solidão do mar.

Vejo o Velho

vítima d’uma juventude

que ás vezes me confunde

- me ilude –

no destino que vai me dar.

E o Velho vai-se embora

com passos lentos

à procura da sorte

com passos lentos

à fuga da morte.

17 de Maio de 1993

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 19/12/2012
Código do texto: T4043086
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