MENTE INSANA

Vai fundo nas têmporas do tempo

As migalhas loucas trituradas

Jogadas, esparramadas

Como nuvens, dispersas pelo vento.

Rasga-se o véu da mente insana

Surge o cálice do ódio derramado

E o manto vazio e molhado

Se enlaça ao tempo

Como se este fosse a sua cama.

E este berro surdo que sem fim alcança

As entranhas desta vida tão danificada

Cava fendas neste abismo intransponível

Que a vida se arrebenta

Em tenebrosas gargalhadas

E o grotesco e ríspido suor que corre

Banhando esta face tão cansada

Sela os olhos, ultimo adeus ao pranto

Seca a gota na garganta, o seu canto

Fica enfim a alma venturada

De quem transpôs esta barreira

E sagrou-se consagrada

No borbulhar das têmporas

De uma vida envolucrada

De quem eternamente

Disse sim ao nada.

SIDNEYA ROSSI
Enviado por SIDNEYA ROSSI em 19/12/2012
Reeditado em 17/07/2013
Código do texto: T4044241
Classificação de conteúdo: seguro