DE MAIS OU DE MENOS

Ainda não consigo entender se sou eu que sinto demais

ou se são os outros que sentem de menos...

Enxergo a dor invisível que transpira no mundo;

As alegrias de realidades micros me sufoca

Talvez por ter a permeabilidade na vida consigo isso.

As cores que descolorem me chegam como um impacto

Consigo às vezes perceber a falta física e a outra no outro.

o mundo me parece um ceu de estrelas acendendo e apagando.

Me parece uma festa carnavalesca multicolorida,

mas imperceptível aos que me rondam.

O andar entre me deslumbra com o simples e sublime das pessoas e coisas. Magia...genialidade...Sensibilidade... Respostas que não me dizem.

Sentimentos e sentidos que não sei traduzir objetivamente ao homem comum, ao que sente e não sente.

Esse olhar atento foi relâmpago permanente em mim.

Olho e não sei por quê.

Sinto e isso me enlouquece demais...me degenera...

Sou dois em um que se brigam e não se entendem.

Não sei estar no mundo...me sinto perdido, desconfortável

pois vejo tudo fácil, simplório demais.

Há, no entanto, o engano, entendo.

O engano do existir, do sentir, do falar e magoar.

Sou um deslocado, um esquerdo que não encontra a saída de emergência do teatro da vida.

Quero apenas viver nos simples atos cotidianos, entretanto não consigo deveras entender se sou eu

ou o mundo que é demais ou de menos.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 20/12/2012
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