O Jardinheiro e a Rosa Infiel

Confesso!

Matei a rosa sim.

Ela me traía

Espalhava sua beleza

Pelo meu jardim afora

Não queria apenas

embelezar seu recanto

Queria mais

Como uma amante

Muito insaciável

Queria embelezar o mundo

Perfumar o universo

Encantar o infinito

Matei-a sim

Por ciúmes

Por reles ciúme

Ela só podia brilhar

No meu jardim

Só eu podia

sentir seu aroma

Só eu cuidaria

de seu caule

de regar suas pétalas

de velar sua vida

Ela era minha

Uma rosa não pode

Nunca!

Nunca mesmo!

Ser para todos...

Ela queria ser do mundo

Agora não é de ninguém

Apenas uma rosa murcha

E eu a matei,

eu a queria só para mim!

Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 07/03/2007
Código do texto: T404774