Óleo sobre tela

As flores choram na poeira do concreto

Sob um rosário de antigas lamentações

E tormentos de calcinados ossos de homem;

Um coração verde suspira machucado

Cultivando suas sensíveis artérias

Nas últimas vísceras da pedra cozida;

Frágil resistência da armadura ante dura vida

Contra o negrume que sufoca e queima a terra

Para derradeiras corridas de despedida;

Mas o último deus sol no Olimpo ainda em festa

Anuncia ressureição em todas as manhãs

Com novas moleiras em antigas soleiras;

E meu "Eu" poeta teimoso manobra a pena

Com a sobra do óleo na tela da insanidade

Dos dementes mentores de mentes duras;

Nossa triste sina que assim nos ensina nossa falta de canduras!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 26/12/2012
Reeditado em 26/12/2012
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