FINAL DAS CONTAS II

O que resta agora

é um tempo sem hora

de acabar.

Um sentimento esquisito

nem feio, nem bonito

de se apreciar.

Não sei o que se passa

nessa complexa massa

de pensar.

São sóis explodindo

e luas sucumbindo

do meu ar.

Resta, tão somente,

aqui, dentro da gente

um lugar

com um canteiro inteiro

para cultivar.

Canteiro que esconde

uma flor bem grande

a brotar.

Flor adubada

pela distância

da amizade.

Flor chamada

saudade.

19 de Dezembro de 1990

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 27/12/2012
Código do texto: T4055195
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