distância

algumas situações "andam" assim. oh tem calma! desacelero a urgência para atravessar "o rio das horas". - ouço passos da paciência "sobre inundações do destempo", horas a fio a tecer impaciência. abre-se uma paisagem a frente de mim para tantas horas a ir, a ir sem que eu possa atravessar. a distância não se afasta: está, muito, além de mim, meus braços e pernas se encolhem e o olhar se apequena na escuridão. a lua é colarinho rendilhando luz à campina (criança, inventada, apega-se às minhas mãos, compondo lentidão - que exagero). o que urge é a necessidade de chegar, através de vias estagnadas e de obstáculos, gosmentos, pingando à memória. eis um dia de caça à liberdade. o caminho não me cabe: a pressa me compõe ao mesmo tempo que "ovelhas", antes dos meus passos, alastram-se e avançam a caminho entre arvores e estrada. 

- ah Deus, que distância sem atalhos, por favor, rasga o tempo!


marcia eduarda
Enviado por marcia eduarda em 04/01/2013
Código do texto: T4067042
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