Fogo que acende, ascende e transcende, em mim a me queimar.Que faço?

Há um fogo queimando na lembrança de cada rogo,cada súplica

Em cada fraqueza constatada na nossa insignificância.

Nesse morrer,nessa agonia pelos sofrimentos que ainda que Desintencionalmente infringimos ao outro cheios de boas intenções...

Há esse fogo que me queima,quando lembro de vidas que se foram

Em coisas que não nos dissemos por puro orgulho,

Vidas que não mais estão ao alcance do toque e nem essa saudade

Fará diferença a não ser em mim...Minh'alma inflama e clama.

Esse fogo que arde,que ascende de mim, que transcende

Não me pune,nem me absolve da dor

Só me lembra a dor do amor que poderia ter sido cura.

Ah se tão somente fôssemos capazes de compreender!

Não somos! Apenas supomos ser...

Nada somos, talvez nada amemos e nada de bom fazemos

Talvez sejamos menos que pó.Insignificantes seres presunçosos...

E existamos apenas por alguma misericórdia.

Ah como eu desejo compreensão

E sou consciente de nada compreender

A dor, tanto minha como dos semelhantes

A empatia que se desfaz em um instante quando volto-me.

Esforço-me mas tenho a sensação de nada

Como se eu não passasse de um ser inútil

E qualquer compaixão fosse fútil

Embora eu saiba,não é!

Essa minha condição humana

Que me prostra na cama da dor

Da mortalidade e me faz vulnerável a seres humanos

Passíveis da mesma incompreensão e inutilidade humana da qual sofro.

Me dá medo,ter que fracionar segredos a ouvidos pseudo-ouvintes

Ter que me colocar na condição de pedinte,vulnerável ser

Pedinte de compreensão na qual nem eu creio

Nessa minha condição de insignificância além de cura...

Me entrego a essa chama que se acende

Que me cala quando essa dor ascende

Que me faz nada entender do que transcende

E concluo nada sou!

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 05/01/2013
Reeditado em 17/01/2013
Código do texto: T4068370
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