Noite a beira do mar

Nesta noite,

eu queria o ano velho,

eu queria colher as carícias da chuva

sobre a cachoeira luminosa.

Mas a areia inerte

me sucumbe feito conchas

e nem as flores queimadas de cores,

nem os pássaros bordam nuvens atrasadas

no cerrar das cigarras.

nesta noite,

eu queria o vento cheio de perfumes,

eu queria o corpo noturno cheio de vozes...

Meus olhos inclinan-se tristemente para o mar,

para o robusto mar,

a procura de uma claridade trepidante

estendida sobre as largas águas,

e vejo o mar orvalhado de amores,

e já é tempo novo,

já é madrugada.