ADVENTO


Olhar num ponto distante
buscando a ilusão perdida...
Sonhos na estação de espera,
amor não floriu com a primavera!
Lágrima abortou sentida
dor que sangrou o instante.

Tempo taciturno avança,
soprando lamentos de saudade.
Não há sóis líricos na poesia
e sentimentos sem esperança,
estacam do verso a estesia.

Há um tempo solto no coração,
onde as lembranças são intensas!
Alma aguarda advento em oração,
mas a distância grita toda a afasia
da realidade... Em ondas densas
solidão se apresenta...

Não há advento crível do cais da partida,
alma enfim aceita o silêncio do tempo...
Une-se ao corpo, no porto de despedida!




2013

 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 06/01/2013
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