Home sweet home.
Meu preto fosco olhar
novamente cansa contemplar o próprio chão
frio, fétido, desigual assim como eu (como eu)
é meu habitat.
abaixo dele,
sete palmos e meio pra garantir,
é meu lar.
acima dele,
melhor,
acima de mim todos estão
e sorriem, e brincam, e zombam,
(seres superiores)
mais fortes, mais belos, mais rápidos.
não brincam em serviço, não titubeiam,
a meta é traçada na primeira jornada.
Minhas asas foram cortadas.
Já fui corvo, galo de campina,
matei ambos de baladeira,
hoje sou nada.
E aquele olhar facada foi incisão abdominal,
cinco minutos de vida abissal,
um feliz ano novo
morte sombria e gostosa,
vital.