PERMANENTE

PERMANENTE

Dizem-me as cãs

que chegam as manhãs das rugas

Escorridas as chuvas

aplacadas as rusgas

aro os sulcos

encharcos-lhes os furos

com água salgada

Esquecidos os futuros

guardo o pretérito em frascos de vidro

Encaneço alguns fios

enevo-os, perco as vontades

emprenho as idades -

amanheço pré-histérico

gastando lápis

na ausência de brinquedos

- Para o ontem ainda é cedo,

dizem as bruxas