Frêmitos da Noite

Há um picro sabor de amar

na boca só da noite imensa.

Há calor, há névoa, há densa

noite na boca só, a expectar.

Há cúspides e há fateixas

cravadas no ventre da noite.

Há gemidos, dores, açoites

nos flancos da noite. Há queixas.

Há de dois corações, um canto

lamentoso na noite espúria.

Caem dos alvos olhos da lua

duas pedras em forma de pranto.

Há um grito, um frêmito em mim,

de uma noite que não tem fim...

Rahna
Enviado por Rahna em 06/08/2005
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