A política dum coração aflito com a política.

Soa a política da sensibilidade.

Corrói a verdade da boca que não diz mais que o coração

Por que está será a maior palavra a ser dita:

Aquela que transcende a lei do deverá.

Aquela que explora a corrupção do estado-cabeça.

A minha regra é única: doe-se.

Integralmente. Singularmente. Emocionalmente.

Cala teu dogma e aceita o peito corrompido

Todos tem.

Não me julgues por querer mais;

É assim que consigo o básico pra poder andar

E andando descubro mais de mim, de ti, do mundo.

Nesse caminhar de joelhos quebrados e cuca fundida

O que te faz gemer; suar frio; cantar.

O que te faz lutar?

Minhas lutas são pelo que quebra o copo da dona de casa na parede;

Meus pesares são pela fome, a vontade, o platonismo fajuto;

Minhas aflições são pelos desamores periféricos;

Pelas angústias sujas;

Pela tecnologia sempre inacessível;

Pelo cão que ladra mas não morde;

Meu partido é um coração partido, sempre foi.

E por mais que a política nos ensine a conviver em sociedade,

De uma coisa eu tenho certeza:

A cabeça dos inescrupulosos nunca estará numa bandeja de prata

Na mesma posição que meu coração está numa távola redonda.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 14/01/2013
Reeditado em 20/05/2013
Código do texto: T4083666
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