A política dum coração aflito com a política.
Soa a política da sensibilidade.
Corrói a verdade da boca que não diz mais que o coração
Por que está será a maior palavra a ser dita:
Aquela que transcende a lei do deverá.
Aquela que explora a corrupção do estado-cabeça.
A minha regra é única: doe-se.
Integralmente. Singularmente. Emocionalmente.
Cala teu dogma e aceita o peito corrompido
Todos tem.
Não me julgues por querer mais;
É assim que consigo o básico pra poder andar
E andando descubro mais de mim, de ti, do mundo.
Nesse caminhar de joelhos quebrados e cuca fundida
O que te faz gemer; suar frio; cantar.
O que te faz lutar?
Minhas lutas são pelo que quebra o copo da dona de casa na parede;
Meus pesares são pela fome, a vontade, o platonismo fajuto;
Minhas aflições são pelos desamores periféricos;
Pelas angústias sujas;
Pela tecnologia sempre inacessível;
Pelo cão que ladra mas não morde;
Meu partido é um coração partido, sempre foi.
E por mais que a política nos ensine a conviver em sociedade,
De uma coisa eu tenho certeza:
A cabeça dos inescrupulosos nunca estará numa bandeja de prata
Na mesma posição que meu coração está numa távola redonda.