Uma Poesia
Meus versos são caóticos,
Sem rimas, nem nexo tem,
Meus versos são tristes.
Falam de dor,
Minhas frases são inacabadas,
Virgulas sem delas precisar,
Ponto final sem um final,
Minhas poesias são trágicas.
São as próprias lágrimas,
Minhas que rolam feito rio,
Feito mar, salgado.
No entanto são meus;
São versos, frases, poesias
Desflorada em sangue pelo
Meus sentimentos sem culpa.
É um sonho irreal, uma ilusão
A mais no cotidiano vital
Mas, são meus, são minhas,
Essas poesias tão trágicas,
E ninguém há de sentir
As mesmas dores,
As mesmas lágrimas
Ninguém há de derrama-las.
Além do mais ninguém tem
O direito de mudar uma virgula
Se quer de lugar.
Caio Martins
17/08/91.