O clarão do poeta

Oh baianinha ambulantes, dançam uma valsa,

Nem que seja deselegante, a inspiração já fugiu,

Do poeta, então dancem para que os seus humildes,

Olhos se flertem com as águas, e se percam do vislumbre.

Baianinhas por favor, rodopiam sob essa chuva de verão,

Encharcam-se de lágrimas das nuvens o vulto dará a composição.

Quem dera se o anoitecer chegasse e vocês vissem o temor do poeta,

Correriam para com ele e o deixariam ditoso.

As baianinhas à noite se confundem com as estrelas são

Tão infinitas que resvalam o profundo céu numa cor

Azul mar, mas sem o sal das areias elas são docinhas.

Já o poeta é castigado pelo tempo, enganado pelas,

Formas das palavras tudo pra ele tem cor de lusco-fusco

Vive num martírio de ilusões o poeta sempre morre calado...

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 22/01/2013
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