A dançarina
A leveza poética traduz
uma imagem donzela
ao balançar seus cabelos Hortência
ver-se na Torre de Babel, do alto
um som agudo traduz a voz
do silêncio e do mundo
eis aí uma poetisa e seu poema recitado
ao vento, ao mundo perdido em cimento.
Na torre a dançarina flutua
livra-se do vel que lhe prende
alça voo na verdade do poema
com seus olhos encanta gente
na dança sua certeza persiste
a dançarina envoca estrelas dançantes
que se movem aos seus passos sensuais,
com seu tango sincrônico
e seu samba sedutor, cheios de versos frescos
a dançarina é a voz da forma
linhas traduzidas em leveza.
Na dança, a dançarina traduz o verso,
enquanto samba,
mulatas riem junto com horizonte.
Na esquina ver-se donzelas,
dançarinas com estrelas cintilantes
tanta emoção estampada, verso com verso.