Poesia morta

A poesia morre,

morre na morte do romantismo

e ninguém a socorre

da falta de sentimentalismo.

Morre a poesia,

na morte da inocência

e ninguém lhe dá a alegria

de lhe dar a forma de que tem carência.

Está a poesia morrendo

com a morte dos poetas

raça que está desaparecendo

da vida, da alegria, das festas.

A poesia faz um pedido

que não a deixem morrer

que não a deixem num tempo perdido

sem fuga para escolher.

A poesia morre,

mas morrer não poderia

pois sua morte seria de tédio e porre

do homem que matou sua fantasia.

O poeta faz uma poesia mortífera

porque a vida é morticida

e numa estrofe esquífera

encerra de vez a morta poesia homicida.

A poesia morreu,

mas não há como evitar

cada verso desapareceu

no espaço da morte que a veio buscar.

Não, a poesia jamais morrerá

tudo é motivo para tê-la

a vida não deixará

ninguém esquecê-la.

Cícero – 04-01-94

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 04/02/2013
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