Os versos que te quis
Não sei ao certo se por tristeza ou por educação.
Correndo os vales das incertezas do pavor e do coração.
Moldando os livros e a linguagem.
Soltando gritos de loucura e ansiedade.
Que risco tonto e infiel e se desliza pelos dedos do papel.
Infeliz sorte a minha!
De morrer de amor sem poder amar.
De querer o "ser" dessa escrita sem sonhar e sem contar.
Percebendo as luzes de todos que dançaram antes de mim.
A dança do signo,essa dança infantil e sem fim.
De ser loco e fadado à entropia.
Da vida morna sem magia.
O ser e o tempo da poesia.
A morte e a cura do fim amargo da enfasia.
Aqui encerro meu discurso e minha prédica.
Aqui escrevo meus últimos versos nessa mesa.
Deixando atrás os arvoredos,de calma.
Levando comigo esse tesouro em vaso de barro e a alma.