À Flor da Pele
Olhem bem o horizonte,
Pensem nos dias,
Pensem no futuro que a gente faz hoje...
Há tanto medo nas ruas,
Há tanto medo nas horas...
Muros, lágrimas, grades e bandeiras não mais nos socorrem.
A desigualdade é muito fria...Famílias inteira passam fome, dormem na rua e já não tem esperanças para acreditar.
Nossos filhos não sabem mais brincar.
A sociedade está calada, reclama nos cantos, mas se sente aconchegada no local que está.
O Estado, sempre mal representado,
Fala muito e nada faz para melhorar.
Há tanto medo nas ruas;
Há tanto medo nas horas...
Muros, lágrimas, grades e bandeiras não mais nos socorrem.
A nossa porta está a violência, mas não queremos enxergar.
Em nosso lar está a desobediência,mas teimamos em negar.
Jovens se pintam,se drogam,se prostituem,se tatuam, pixam, se alfinetam com Pearce, assaltam e até se matam, para não acordar.
Há tanto medo nas ruas;
Há tanto medo nas horas...
Muros, lágrimas, grades e bandeiras não mais nos socorrem.
A vida passa.Dias a dias tende a mudar.E quando a gente se encontra querendo de novo sonhar...
Uma criança é arrastada no chão dessa pátria a sangrar, balbuciando, em voz agonizada...Mãe eu queria viver, eu queria amar!
Há tanto medo nas ruas;
Há tanto medo nas horas...
Muros, lágrimas, grades e bandeiras não mais nos socorrem.
Meu Deus!
Meu Deus!...Aqui na miséria falamos de África;
Aqui na guerra falamos de Iraque;
Aqui na injustiça falamos de América
Aqui no Brasil...Indiferentes a tudo esquecem de dar ordem a nossa casa.
Há tanto medo nas ruas,
Há tanto medo nas horas...
Muros, lágrimas, grades e bandeiras não mais nos socorrem.
Essas crianças que tem a dor estigmatizada no colo da alma;
Essas crianças, que não tem escolas,
Essas crianças sem sorrisos no rosto...Tristes.
Essas crianças que tem fome...São filhos sem nome, de pais e mães anônimos, irmãos do nosso sangue e que todos os dias, se você não sabe, tão pouco quer compreender irão morrer por causa de mim e de você.
O sol é para todos e para todos devemos olhar.Se não salvarmos os filhos, se não tomarmos conta do lar, quem amanhã irá construir o futuro?...