Poema Dois

Enquanto a chuva de sangue

Inunda o jardim botânico

Os espinhos mortais dessa vida

Dilacera esse coração que é orgânico

E aquelas mesmas asas de urubu

Que cortam o negro céu cinzento

Vagueia em mais um sonho perdido

Entregue aos caprichos dos tormentos

E a entrada do paraíso foi negada a mim

Jamais ninguém ouviu o meu clamor

A negação foi proclamada na voz de um serafim

Afirmando que eu jamais conhecera o amor

Percorri as ruas vazias em vão procurando felicidade

Por entre as sombras fui mais um desalmado

Sonhando acordado com a própria realidade

Percebendo que tudo em mim estava errado

Então meu Deus o que me resta!

Se a solidão dos meus dias eu não suporto mais

Não quero vê-la tão distante da minha vida

Levando consigo a minha paz

Kaynne
Enviado por Kaynne em 08/02/2013
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