Isaques Modernos

Você vê Leila, ali, os seres andando sozinhos,

tão pertinho uns dos outros,

mas sem se encontrarem,

sem encontrarem um sentido na vida,

nem o afago tão necessário

de ser percebido, você vê Leila, ali na frente...?

veja querida as folhas caindo,

as estradas vazias com almas deitadas,

sem forças sem vida,

como se só o silêncio existisse para todos,

veja querida ali naquele tempo

as coisas vividas, as coisas perdidas

que precisam ser encontradas, e enterradas,

veja minha doce criança

como a dor pode ter harmonia...

o vento que nos lambe o rosto,

sem força, como se desistisse de nós,

são hálitos finais que nunca se acabam,

e as vontade findas já recomeçam

como um paradoxo desvelado aos olhos,

e ao mesmo tempo para sempre perdido...

você ver minha querida as folhas caindo,

os cachorros uivando

retificando as nuvens que se aproximam

a formar um ninho que nos embala

num frio de vazios sem lua...

você ver Leila os bêbados caídos,

e esses que desmaiam sem rumo

e outros que acordam, apenas bocejam,

como se o mundo estivesse todo em si,

você ver Leila os velhos taciturnos

a ter um entendimento da vida

que não podem mais comunicar

e dentro dessa ausência de forças vitais

é que se encontram sábias de si

com arrependimentos profundos brutais

a faze uma prece a Deus

como se pedissem perdão

e quisesse mesmo ter mais um dia

de força, de voz,

em que pudessem alertam os jovens vadios...

você vê Leila lá distante se aproximando

aquela que nos beija na despedida final

sem se interessar se estamos sadios,

ou tristes, ou loucos, amantes, tementes,

no sexo, no calor, ou no frio,

em elucubração de um conhecimento profundo...

você ver Leila se aproximando,

tragando os que se entregaram primeiro

revoltados ou não

justificados ou não,

essa que lhes apaga os olhos,

é a mesma que põe fim a força das folhas,

das raízes, das flores,

e de todos aqueles que lhes beijam, lhes cheiram,

como se nisso encontrassem um sentido,

e quisessem adiar mesmo o acerto final..

você ver Leila ali, lá distante, atrás da nuvem sombria,

um ser de luz que faz mais alegre,

sou eu minha menina,

que lá do infinito me comunico contigo,

a pedir que me espere, e adie a cartada final,

porque me preparei para jogar essa partida Contigo...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 08/02/2013
Reeditado em 08/02/2013
Código do texto: T4130630
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