Sem palavras

Indiferente posso ouvir o teu nome

Nem mesmo tua face me inquieta e nem consome

Posso exatamente dimensionar a arte de buscar o amor

E de ser amante poeta em prosa e verso desafiador

Poder pensar em ti, me acalma e acalenta a alma

Supostamente o amor que sinto por ti vem depois do amar a mim mesmo

Representa então para mim a extensão do poder amar

Numa certeza absoluta de que vale apena amar e enamorar com as letras.

Confesso que tua presença me aguça os mais belos sentimentos

E desperta dentre tantos outros

A vontade de poder tê-la sempre ao meu lado

Mas nesse emaranhado de proibições

Acordo do mais profundo sonho

E mergulho então na realidade que nos afasta e nos conduz ao bonde da saudade

Ah sonhos! Sonhos viajam tristes

Vagam pela amplitude do universo

Complexo e incerto

Já me perdi nesta imensidão

Sem mais poder ao menos lembrar-me

De sua face, do seu nome PALAVRA

Cabisbaixo – tudo parece silêncio e nada mais.

O tempo conseguiu roubá-la de mim

Sem palavras nada mais posso

A não ser lamentar sua ausência

Não sou mais poeta

Nem tão pouco amante

Perdi meu riso

Derramei meu pranto

Sem palavras

Como posso continuar?

José Haroldo E Cavalcante
Enviado por José Haroldo E Cavalcante em 09/02/2013
Reeditado em 05/03/2013
Código do texto: T4131063
Classificação de conteúdo: seguro