fragmentos

gostava de saber o sabor dos teus lábios,
à simbiose de sabores, nos meus:

bem sei: um dia estarei sem recato, tão lassa,
... tão prenhe e, tão, faminta, mergulhada em ti, (no beijo),
a jorrar vocábulos e tumultos, de gargantas
ávidas, nas madrugadas e a compor poesia de pele

mas, agora, a chuva dilui traços de sal e lágrimas à janela
encharcando vitrais dos sinais de lábios em chamamentos
e os olhos dilatados ancoram à tarde inacabada, perdidos

já me assustam os ruídos que lambem
a madrugada sobre águas.

dormirei em retalhos de versos molhados e estendidos
ao chão do sortilégio.

como te sonho nos dias e noites,
sonho e amo, a visionar teu semblante di-amante.

ai saudade, de fogo e tempestade,
desfraldada na solidão dos olhos à janela.

o sentir chove.

 
marcia eduarda
Enviado por marcia eduarda em 09/02/2013
Reeditado em 09/02/2013
Código do texto: T4131782
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