fragmentos
gostava de saber o sabor dos teus lábios,
à simbiose de sabores, nos meus:
bem sei: um dia estarei sem recato, tão lassa,
... tão prenhe e, tão, faminta, mergulhada em ti, (no beijo),
a jorrar vocábulos e tumultos, de gargantas
ávidas, nas madrugadas e a compor poesia de pele
mas, agora, a chuva dilui traços de sal e lágrimas à janela
encharcando vitrais dos sinais de lábios em chamamentos
e os olhos dilatados ancoram à tarde inacabada, perdidos
já me assustam os ruídos que lambem
a madrugada sobre águas.
dormirei em retalhos de versos molhados e estendidos
ao chão do sortilégio.
como te sonho nos dias e noites,
sonho e amo, a visionar teu semblante di-amante.
ai saudade, de fogo e tempestade,
desfraldada na solidão dos olhos à janela.
o sentir chove.