MEU CICLO

Eu morri, e continuo a morrer.

Com os pés descalços que outro dia finda

No pó que lambes sem gosto

É posto que te reporte linda

Do norte tardio que te reclamo

No dorso ébrio que em ti desatina

Por mais que linda de engano

É ser, por ser menina.

Movimento enxuto, em tudo que curto ainda.

Ao ver eterno este momento

Tem tempo que é meu destino

E tempos que em mim destina.

Por que cavas tão fundo se meu silêncio te alcança?

Quando brado, o mundo inteiro declina.

Quando o cheiro da morte cobrir meu tudo

É então que tudo meu se ilumina.