SOFIA
Ah filosofia ardia!
Como podes queimar meu coração?
Entre o sim e o não
Tens mesmo, que tanto pensar?
A verdade onde estará?
Tá russo Renato
Não há.
Pensar nunca foi meu forte
Nunca quis um norte
Sempre amigo do delírio e dos loucos
Escrevi pouco, menos do que devia
Amei mais mulheres do que fui amado
Ao contrário poderia? Não.
Sou poeta coitado!
E pelo poema sou levado...
Pela poesia das saias
Dos vestidos estampados
Dos sorrisos ternos e largos.
Na bela fotografia.
Na voz que ouvi um dia
O texto elaborado.
O meu amor parece vago
Mas é fogo, é energia
E quem materializa a poesia
Merece o premio suado.
Dona filosofia... será que estou errado?
Tenho que ser questionado
Por ti a todo instante?
Num tom mais que elegante
Ela me bate na cara, como uma flor que falha
Machuca e tira meu sangue.
E o Poeta sem palavras
Cala aos seus pés pensante.